Família e escolas precisam estar em sintonia e trazer os jovens para o centro da discussão sobre o uso saudável das plataformas digitais. Não basta proibir o celular nas escolas, é preciso ensiná-los a aproveitar o lado bom da internet e se proteger dos perigos. É comum os adultos dizerem:
“Não entendo nada desses aplicativos.” “Meu filho sabe mais do que eu de celular.”
De fato, as crianças e adolescentes de hoje nasceram digitais. Mas saber mexer no aparelho não significa saber o que é saudável, seguro e ético no ambiente digital.
Seu papel como cuidador é:
Frase para acolher: “Você pode me ensinar como funciona esse jogo? Quero conhecer.”
Evite perguntas acusatórias como “Por que você fez isso?”.
Prefira:
👉 “Me conta o que aconteceu? Como você se sentiu?”
Isso abre espaço para confiança e diálogo.
Fale sobre o uso da internet no dia a dia, durante o jantar, em passeios ou antes de dormir.
Quanto mais natural o tema, menor a resistência da criança ou adolescente.
Pergunte quais vídeos, jogos ou influenciadores eles acompanham. Demonstre curiosidade real — não é sobre controlar, mas estar por perto.
Frases como “Isso é perigoso, vou tirar seu celular!” causam medo e podem levar ao silêncio.
Em vez disso, diga: 👉 “Entendo que seja divertido, mas posso te mostrar o que me preocupa?”
Adolescentes, especialmente, não querem sentir que estão sendo tratados como crianças. Valide o que já sabem e complemente com informações novas, como: 👉 “Legal que você bloqueou aquele perfil. Sabia que tem um jeito de denunciar também?”
Construa limites com participação da criança. Isso gera mais adesão. Exemplos:
Zero telas, exceto videochamadas supervisionadas. Priorize brincar!
Limite o tempo de tela. Se precisar manter contato com a criança, considere comprar um “dumbphone” (celular básico) e evite redes sociais.
Intensifique a mediação familiar. Ensine sobre classificação indicativa, privacidade e riscos como vício em jogos, pornografia, cyberbullying e sextorsão.
Para Todas as Idades:
Sugestão: crie um Acordo Familiar de Uso da Internet, com regras claras, espaço para escuta e assinatura de todos. Esses combinados precisam ser revistos o tempo todo, conforme a criança vai crescendo.
Aborde temas como ansiedade por likes, medo de ficar de fora (“FOMO”), bullying e autoestima digital. 👉 “Alguma vez você viu algo online que te deixou triste ou inseguro?”